A população regional
tomou conhecimento do caos enfrentado por Maracaí depois que a TV TEM,
cumprindo seu papel informativo, noticiou o caos em que a cidade se meteu ao
receber a “herança” legada pela dupla Bete & Heber – ex-prefeita (PMDB) e
ex-vice prefeito e ex-secretário de educação (PT). Apenas para nos limitarmos à
questão da saúde, o problema é tão grave que, segundo informações deste “O
Regional”, publicadas na última edição, das nove ambulâncias, apenas duas
funcionam. Filas enormes de exame, falta de remédios e médicos com pagamentos
atrasados são apenas algumas das calamidades que o prefeito Eduardo Correa
Sotana enfrentará nos próximos meses.
Carlos Pinheiro,
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção Assis (SP), declarou em
entrevista aos principais meios de comunicação da região que o ex-prefeito Ézio
Spera não pode assumir a culpa sozinho pela dívida de mais de vinte milhões de
reais deixada ao sucessor. De acordo com o presidente da OAB, secretários e
demais auxiliares também deverão ser responsabilizados.
Considerando a linha
de raciocínio de Carlos Pinheiro, a ex-prefeita de Maracaí não pode ser
responsabilizada sozinha pelo caos financeiro, administrativo e gerencial. Entre
seus auxiliares diretos, também devem entrar na dança o ex-secretário da
educação e ex-vice-prefeito Heber Ricardo da Silva (em diversas entrevistas à
rádio comunitária Karisma FM enfatizou que, diferentemente da administração
anterior, ele e a prefeita compartilhavam das decisões gerenciais, nos levando
a crer que ele, o ex-vice-prefeito, tinha conhecimento da enrascada que afundou
a cidade) e o sobrinho da ex-prefeita, João Wilson de Carvalho Paduanello,
secretário da saúde durante os quatro infrutíferos anos da gestão da tia e
ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde.
Injustamente durante
a presidência do sobrinho da prefeita no Conselho Municipal de Saúde, a
plenária aprovou regulamento que proibia a filmagem das reuniões. Recebemos a
informação com desconfiança, pois, se as reuniões do Conselho Municipal de
Saúde tratavam da aprovação de contas públicas, por que as reuniões tinham de
ser escondidas?
As respostas vieram
em seguida com a chuva de denúncias de irregularidades, da descoberta de ilegalidades
e, principalmente, de Ações Civis Públicas movidas pelo Ministério Público
contra atos de improbidade administrativa da ex-prefeita. Apesar de, até agora,
a prefeita levar o abacaxi sozinha, as pessoas que compunham – ou compõem – o
Conselho Municipal de Saúde – entre elas, o sobrinho da prefeita, os
representantes da secretaria de educação, do Núcleo da Terceira Idade, da
Associação de Moradores de São José das Laranjeiras, da Frente de Assistência
Social, da Associação de Deficientes de Maracaí, da Associação de Catadores de
Materiais Recicláveis, do Hospital, da Associação de Combate ao Câncer – também
devem responder administrativa e judicialmente.
Por que os
representantes da sociedade no Conselho Municipal de Saúde não denunciaram as
irregularidades que hoje nos levam ao caos? Podem até dizer que não entendiam o
que estavam fazendo no Conselho, mas se não entendiam, por que se meteram a
fazer o que não sabiam? E, aos que compreendiam o que estavam fazendo, por que
não denunciaram o que estava errado? Pelo sim, pelo não, em caso de denúncia ao
Ministério Público, a ex-prefeita, eventualmente condenada em instâncias
administrativas ou judiciais, deve ser acompanhada de seus auxiliares e dos
membros do Conselho Municipal de Saúde que aprovaram, entre outras, as finanças
do hospital.
Concluo com pergunta
simples: onde foi parar o dinheiro da saúde, Bete & Heber?
***
Na próxima semana,
vamos falar do Hospital de Maracaí.
Vicentônio Regis do
Nascimento Silva (www.adpcim.blogspot.com)
é presidente da Associação de Defesa e Proteção do Patrimônio Público e dos
Direitos do Cidadão de Maracaí (ADPCIM).
*Publicado
originalmente em O Regional (Tarumã –
SP) de 19 de janeiro de 2013.
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