domingo, 13 de janeiro de 2013

MARACAÍ: DESARMANDO A BOMBA-RELÓGIO


Já imaginou chegar em casa depois do trabalho, entrar correndo no banheiro para tomar banho e ir à faculdade e constatar que não tem água no chuveiro? Ou, depois de problemas na barriga, verificar que não existe água para limpar o vaso sanitário? Ou, depois de retirar o macarrão da caixa, separar o extrato de tomate, o óleo e sal verificar que não existe água nem para fazer comida, nem para beber?

 

 

Já imaginou acordar no meio da noite com uma goteira em cima da cama? Ou em cima da mesa à hora do jantar ou à do almoço? Ou sobre o sofá enquanto assiste à novela, ao jornal ou ao jogo de futebol? Já imaginou se, sem você sequer imaginar, caem goteiras em cima de seu computador novo, da televisão, do rádio, da guitarra comprada em trinta e seis parcelas, de seus livros, de seu paletó ou – o que é ainda pior – em cima do vestido de festa que você gastou uma nota para mandar fazer e esperou cerca de cinco meses até ficar pronto?

 

 

Já imaginou se, indo ao trabalho, a chuva arrastasse e estragasse a moto que você ainda está pagando, danificasse o carro que acabou de sair da oficina, destruísse as construções de seu sítio ou de sua chácara, inundasse sua casa e acabasse com o fogão, a geladeira, as mesas, as camas, os colchões, as roupas, os armários, os pratos e as panelas?

 

 

Se nós, que somos adultos, sabemos que a água é essencial – e ao mesmo tempo tão perigosa – em nossas vidas, por que deixaríamos que ela acabasse? Talvez, nós, que somos adultos, até conseguiríamos passar um dia sem beber água ou sem comer macarrão ou sem tomar banho. Mas, uma criança de quatro anos ou uma pessoa de oitenta anos de idade com movimentos limitados conseguiriam ficar um dia inteiro sem comer, sem beber e sem tomar banho nesse calor insuportável que tem feito nos últimos meses?

 

 

A administração da prefeitura é uma corrida que prefeitos, secretários e auxiliares precisam travar diariamente com a finalidade única de buscar água, evitando que ela falte aos seus moradores. No caso da prefeitura, “água” = “dinheiro”. Sem água não há vida. Sem dinheiro não há prefeitura que honre suas dívidas e coloque a cidade nos trilhos.

 

 

Eduardo Correa Sotana – prefeito recentemente empossado em Maracaí – assumiu compromisso digno dos astros de filmes de ação: correr contra o tempo a fim de desarmar a bomba prestes a explodir. Como pudemos assistir pela televisão, ainda nos últimos dias de dezembro, os funcionários da Creche, do Asilo e do Hospital – associações mantidas quase que exclusivamente pelos repasses regulares de recursos públicos – protestaram contra a falta de pagamento de décimo terceiro salário. Por que a dupla Bete & Heber – então prefeita e vice-prefeito de Maracaí – não repassaram as verbas para pagar os salários desses funcionários?

 

 

Dinheiro é como água. Não dá para viver sem. Ou alguém acha que os pais, as mães, os filhos, as esposas e os maridos que trabalham na creche, no asilo e no hospital fazem mágica para colocar comida na mesa? Como você, barato leitor, acha que os filhos se sentiram ao saber que não teriam presentes de natal porque simplesmente a prefeitura não transferiu o dinheiro que, por direito, através de seus pais, colocaria comida na barriga deles? Por falar em presente de natal, quantas crianças ganharam os presentes de natal da prefeitura no ano passado?

 

 

O grande problema: a prefeitura de Maracaí atualmente passa por uma crise grave. Segundo previsões pouco otimistas, o dinheiro deixado em caixa – deixaram algum dinheiro em caixa? – pela dupla Bete & Heber não daria para pagar os compromissos trabalhistas, financeiros e comerciais assumidos pela prefeitura.

 

 

Se, nas entrevistas à rádio comunitária Karisma FM, a prefeita, o vice-prefeito e seus auxiliares diversos afirmavam que a prefeitura ia bem e que qualquer crítica era insatisfação da oposição, encerro perguntando: onde foi parar o dinheiro da prefeitura de Maracaí, Bete & Heber?

 

 

***

 

 

Na próxima semana, a saúde caótica herdada pelo novo prefeito de Maracaí.

 

 

VICENTÔNIO REGIS DO NASCIMENTO SILVA (WWW.adpcim.blogspot.com) é presidente da ADPCIM – Associação de Defesa e Proteção do Patrimônio Público e dos Direitos do Cidadão de Maracaí.

 

*Publicado originalmente em O Regional (Tarumã – SP) de 12 de janeiro de 2013.

Um comentário:

  1. Então ela n tem nenhuma preocupação pq o pagamento dela e o que comer na casa dela, ela tem,duro é que trabalha o mês inteiro e chega no fim do mês assim....

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