A imprensa regional e a estadual destacaram
imparcialmente o bloqueio dos bens da ora prefeita de Maracaí Elizabete de
Carvalho em decisão tomada pela Justiça a pedido do Ministério Público do
Estado de São Paulo que, analisando documentos e condutas da chefe do
executivo, de seu secretário e de um empresário, impetrou Ação Civil Pública
por Atos de Improbidade Administrativa. O bloqueio dos bens é indício de que o Judiciário,
numa primeira análise, comprovou os argumentos do Promotor de Justiça e respaldou
a consistência das provas.
O bom trato e a transparência das aplicações do
dinheiro público constituem ensinamentos fundamentais aos quais os
administradores públicos deveriam se submeter, mas nem sempre a transparência
parece o caminho escolhido. Daí surge o questionamento sobre Elizabete de
Carvalho na explicação do dinheiro público gerido por seus colaboradores.
Walter Reynaldo – um de seus colaboradores –
estava sendo procurado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) que
exigiu, em ofício enviado à prefeita, a devolução de mais de R$ 8.000,00 (oito
mil reais) aos cofres públicos quando presidia a Associação Monsenhor Marcílio
Genoni, entidade que mantém a rádio comunitária Karisma FM. Em 23 de maio de
2011, a ADPCIM (Associação de Defesa e Proteção do Patrimônio Público e dos
Direitos do Cidadão de Maracaí) protocolou requerimento solicitando informações
sobre a devolução do dinheiro que, segundo o TCE, tinha Walter Reynaldo como
responsável. Em 28 de junho de 2011, a ADPCIM voltou a solicitar informações e,
finalmente, em 17 de fevereiro deste ano, mais uma vez, a entidade requereu
detalhes sobre o dinheiro público irregularmente utilizado.
Mesmo alertada pelo Tribunal de Contas da
necessidade de devolução do dinheiro, mesmo advertida e cobrada pela ADPCIM, a
prefeita de Maracaí, além de nada nos esclarecer sobre os mais de R$ 8.000,00
pelos quais Walter Reynaldo é responsável, continua transferindo mais de R$
1.000.000,00 (um milhão de reais) para as mãos do mesmo Walter Reynaldo,
inexplicavelmente alçado a provedor do Hospital de Maracaí e presidente do
SASSOM, organização sustentada pelo dinheiro público.
Da mesma forma que o Ministério Público investigou
a Prefeita e a Justiça bloqueou seus bens, as contas, as obras e quaisquer
gastos realizados no Hospital de Maracaí e no Sassom devem ser analisados
minuciosamente. A rejeição da prefeita de Maracaí beira os 50%: prova de que a
população não está satisfeita com suas atitudes.
Como se não bastasse, o mesmo Walter Reynaldo (procurado
pelo Tribunal de Contas e administrando duas entidades com orçamentos públicos milionários)
responde a inquérito civil instaurado pelo Ministério Público do Estado de São
Paulo a fim de apurar o destino de mais de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) levados
por ele da prefeitura entre 2009 e 2010.
Em depoimento ao Ministério Público, Walter
Reynaldo informou que nunca fez jornalismo. Se nunca fez jornalismo – e seus
programas na rádio atestam sem grande esforço sua confissão – como levou mais
de R$ 40.000,00 dos cofres da prefeitura de Maracaí para desenvolver trabalhos
na área de comunicação? Complica-se ainda mais sua situação quando outros
atores – que vivem do dinheiro da prefeitura e se instalaram na cidade pouco
antes ou após a posse da prefeita – livraram-se da batata quente e confirmaram
que não sabiam desse seu “trabalho de comunicador”.
Os mais R$ 40.000,00 levados por Walter Reynaldo
da prefeitura de Maracaí poderiam comprar remédios e contratar mais médicos para
atendimento da população. Se optou por pagar mais de R$ 40.000,00 a Walter Reynaldo
em vez de comprar remédios, certamente a prefeita convenceu-se de que o povo
não precisa de remédios, mas Walter Reynaldo necessitava dessa bolada.
Voltaremos a esse espaço mais vezes para indagar
do destino do dinheiro da prefeitura de Maracaí sem acusar ninguém e sem esquecer
que, daqui para frente, não apenas o Tribunal de Contas do Estado, mas também o
Tribunal de Contas da União, a Controladoria Geral da União e a Polícia Federal
devem avaliar a prefeita de Maracaí e investigar Walter Reynaldo.
Agora, podem ter certeza, vai ter assunto para o
cachorro morto pançudo latir durante a semana inteira e o fariseu charlatão
gaguejar nas explicações aos ingênuos que já aprenderam que “nem todo aquele que
diz: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no reino dos céus”. (Mateus, 7-21)
*Publicado originalmente em O Regional (Tarumã – SP) de 17 de março de 2012.
Vicentônio Regis do Nascimento Silva é presidente
da ADPCIM (Associação de Defesa e Proteção do Patrimônio Público e dos Direitos
do Cidadão de Maracaí) – www.associacaodedefesadopatrimoniopublico.blogspot.com
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA de longe, soltei uma gargalhada diante da tragédia, isso parece roteiro de novela Maracaí poderia muito bem ter o nome de ASA BRANCA, em homenagem a ROQUE SANTEIRO, pois tem até santo igual a novela (mas na novela o santo era falso) e em Maracaí (a cidade cenográfica como eu costumo intitular) o que tem de verdade?? A única verdade que sei é que na minha conta não caiu nenhum vintém ... mas em outras contas (contas estas nada cenográficas)... as notas estão entrando aos montes e descaradamente! Mas será que essa novela termina???
ResponderExcluirEnquanto isso "oremos"!
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