quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

CONSELHEIRO DE EDUCAÇÃO PEDE SOCORRO À ADPCIM


Depois das fracassadas tentativas de intimidação, o Conselheiro Municipal de Educação José Aparecido dos Santos, popular Zeca, pediu ajuda à ADPCIM (Associação de Defesa e Proteção do Patrimônio Público e dos Direitos do Cidadão de Maracaí) para fiscalizar os recursos públicos aplicados pela Secretaria Municipal de Educação assim como para investigar o caso de um pai que acusou de negligência o ora Secretário Municipal de Educação Heber Ricardo da Silva.

Abaixo, o requerimento solicitando prestação de contas, abertura da Sindicância para investigar o Secretário Municipal de Educação e a ajuda da ADPCIM:









AO PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE MARACAÍ/SP



PROTOCOLADO EM 13 DE DEZEMBRO DE 2011.











José Aparecido dos Santos, integrante do Conselho Municipal de Educação de Maracaí, Estado de São Paulo, recebendo notificações nos endereços de costume para os quais são enviadas as convocações das reuniões do mencionado conselho, vem por meio deste expor e, ao fim, requerer:





DOS FATOS





Em 17 de novembro do corrente, o requerente recebeu convocação para reunião do Conselho Municipal de Educação a fim de tratar de assuntos pertinentes ao mencionado órgão colegiado quando, na ocasião, ouvindo atentamente a manifestação de seu presidente, Heber Ricado da Silva, que também ocupa concomitantemente o cargo de Secretário Municipal de Educação, foi informado de que seria processado em decorrência de matéria publicada no jornal CIDADE 10 que, atendo-se estritamente aos fatos questionados em seu requerimento nº 001/2011, compartilhou a informação de que tomara conhecimento por meio da imprensa escrita e de programas radiofônicos de propaganda que, em tese, a Secretaria de Educação aplicara cerca de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais) na aquisição de uniformes escolares.

Protocolou o mencionado requerimento em 26 de setembro, tendo sido recebido pelo Secretário Municipal de Educação. O requerimento, em nenhum momento acusa secretários ou prefeitura de uso de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais) na aquisição de uniformes escolares, mas solicita informações sobre a veridicidade do valor.

Naquele mesmo dia 26 de setembro, protocolou o requerimento nº 002/2011 em que solicitava informações a respeito de um veículo, usado para transporte de estudantes, supostamente flagrado pela polícia trafegando irregularmente.

Grande estranheza causa a iniciativa do Secretário Municipal de Educação de, em plena reunião, protagonizar uma espécie de tentativa de intimidação ao desenvolvimento das atividades de conselheiro de Educação cuja finalidade precípua consiste na fiscalização dos atos da Secretaria de Educação. Essa é, segundo a cartilha “Olho Vivo no Dinheiro Público”, distribuída gratuitamente pela Controladoria Geral da União, a função de todo e qualquer conselheiro.

Causa ainda mais estranheza a constatação de que os papéis de Secretário de Educação e de Presidente do Conselho Municipal de Educação estão em grande confusão. O Secretário de Educação defende os interesses do governo a que está vinculado e a quem se subordina. Logo, seus atos em prol da população são respaldados e, principalmente, autorizados pelo Chefe do Executivo.

Já o Presidente do Conselho Municipal de Educação atinge outra função: sua existência decorre justamente da necessidade de defender os interesses do povo na fiscalização dos investimentos públicos. O Presidente do Conselho – assim como os conselheiros – não é (ou não deveria ser) subordinado nem desempenha suas funções vinculando-se ou obedecendo aos desejos do Chefe do Executivo.

A grande confusão entre o papel do Secretário de Educação (que defende os interesses de governo) e o do Presidente do Conselho Municipal de Educação (que deveria atender às denúncias do povo) decorre, no primeiro momento, da celeridade de ações: para responder os dois requerimentos protocolados em 26 de setembro (solicitando informações a respeito dos investimentos em uniforme escolar e averiguação do transporte escolar supostamente trafegando de maneira irregular) o presidente do Conselho de Educação, passados mais de 70 (setenta) dias, ainda NÃO respondeu aos pedidos de esclarecimentos, alegando supostos obstáculos jurídicos, mas o Secretário de Educação, não apresentou nenhuma demora, nenhum impedimento jurídico para anunciar processo judicial cujo objetivo, segundo algumas pessoas consultadas, aproxima-se mais de uma tentativa de intimidação ou embaraço à atividade de fiscalização e denúncia do que da onírica necessidade de reparação de erros inexistentes.

Para defender os interesses do povo, o Presidente do Conselho Municipal de Educação Heber Ricardo da Silva, passados mais de 70 (setenta) dias, não esclarece os destinos do dinheiro público, mas para anunciar processo judicial contra o conselheiro, protegendo os interesses do governo, o Secretário Municipal de Educação não encontra nenhum empecilho? O Presidente do Conselho Municipal de Educação é lento, precisa de autorização do jurídico, não consegue responder de maneira rápida os questionamentos do conselheiro, mas o Secretário de Educação resolve os interesses particulares e os de sua pasta num estalo de dedos?

Ressalte-se também que o caso de prestação de contas não se limita exclusivamente à pasta de Educação, mas igualmente às subordinadas a ela. É o caso de esportes. Desde 25 de outubro, praticamente um mês depois dos requerimentos protocolados ao Presidente do Conselho Municipal de Educação, o requerente solicitou prestação de contas do projeto Esporte Social.

Por fim, a preocupação com o estado do transporte escolar – manifestada formalmente em 26 de setembro, até agora, passados mais de 70 (setenta) dias, sem respostas ou esclarecimentos – atingiu o máximo do absurdo com a informação de um pai desesperado e humilhado. Conforme capa do jornal CIDADE 10, edição de sexta-feira, 2 de dezembro, Jair Pires do Prado, trabalhador rural humilde, enfrenta problemas com o transporte escolar de suas filhas desde agosto e, desde então, procurou o Secretário de Educação para solucionar o problema. Até agora, o problema não foi solucionado, levando o agricultor a recorrer ao jornal e a solicitar a vinda de sua irmã, que reside em Assis, para ajudá-lo a encontrar saída para a situação que já levou R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) de seu bolso. Dinheiro provavelmente retirado da alimentação ou da aquisição de roupas ou remédios para suas filhas.

Considerando-se acuado, coagido e intimidado pelo Presidente do Conselho Municipal de Educação em razão do desenvolvimento de seu trabalho como Conselheiro Municipal de Educação, enviará fotocópia deste requerimento solicitando auxílio da ADPCIM (Associação de Defesa e Proteção do Patrimônio Público e dos Direitos do Cidadão de Maracaí).

Diante do exposto, requer, no prazo legal, o que segue:

- Resposta integral aos questionamentos do requerimento nº 001/2011, protocolado em 26 de setembro do corrente, recebido pelo Secretário de Educação de Maracaí Heber Ricardo da Silva;

- Resposta integral aos questionamentos do requerimento nº 002/2011, protocolado em 26 de setembro do corrente, recebido pelo Secretário de Educação de Maracaí Heber Ricardo da Silva;

- Solicitação de abertura de Sindicância para apuração da denúncia sobre ineficiência do transporte escolar cuja situação, segundo matéria publicada no Jornal Cidade 10, arrasta-se desde agosto, averiguando não apenas a situação do motorista e da empresa contratada, mas principalmente a eventual responsabilidade ou omissão do Secretário Municipal de Educação (que tem finalidades diferentes da do Presidente do Conselho Municipal de Educação).

Maracaí, 12 de dezembro de 2011.



José Aparecido dos Santos

Conselheiro Municipal de Educação

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